| Efectivamente, como diz a minha querida Vaca Louca (a, quem, por vezes, chego a tratar por pombura) a vida anda complicada comigo. Já não me bastava a hérnia fiscal mais a unha encravada, sempre em carne viva e a produzir litradas de pus, como agora tenho este tal de Alécrion para me maçar. Está a passar das marcas. Mas eu explico.
Galarito de meia-leca, mas armado em perú, chegou à quinta há uns meses; na altura creio que a pedir asilo mental. Tal como contou, havia peregrinado pelos orientes, durante tempos, e recentemente teria feito uns biscates nuns mosteiros nepalenses, exercendo as funções de despertador espiritual. Posso adiantar que, com as minhas aptidões de investigação furtiva, consegui já apurar que a verdade é que era um galo-de-rua que se instalara num edifício em ruínas sobre o qual recaiu um aparato judicial e policial de despejo, vendo-se na necessidade de encontrar novo poiso.
Bom, mas a questão é que ficou, e desde cedo começou a urdir a sua teia. Convocando reuniões secretas, no celeiro, para as quais só chama as meninas, armado em sedutor. Cabras, porcas, cadelas, até as gatas, comparecem em peso nestas conferências, supostamente à margem do meu conhecimento. Mas eu sou muito perspicaz, oh-lá-lá se sou, e já o topei há muito tempo. Agora está na altura de lhe fazer a folha. Já se adivinha porquê: sim, também a Vaca Louca se deixou apanhar nesta rede, como está à vista de quem queira ler o resto desta página. A minha Vaca Louca.
E agora o problema é a minha incompressão. Nada de Índias, pois. Mas vejamos: queixa-se das tetas, esquecendo-se que só com a ajuda do bigodudo é que consegue aliviá-las, o que a não acontecer, lhe causaria uma embolia imediata. Tunga! Ponto primeiro. Depois, é porque quer ser adorada. Ora ser mais adorada que é, por esta quinta em peso, e sobretudo por mim, seu badalo, não é na Índia que vai encontrar. Tadita, ela não percebe, porque é Louca, mas o Alécrion é barbaro e mesquinho, não terá (nem teve) pruridos em lhe meter estas ideias na moleirinha, deixando-me neste aperto. Ponto segundo? Bom, e
tentativa de ponto terceiro - ninguém vai salivar aqui para cima de naco nenhum, a não ser eu que babo imenso com ela, e para cima dela, mas só quando rebola, que isto da gravidade não perdoa e afinal de contas eu não passo duma pendureza.
Enfim, reitero o meu dia de maio a todos quantos possam demover a minha Vaquinha destas ideias de ir para a Índia, porque já quanto ao Alécrion tenho aí uma petição para um estufadinho de moelas na manga, que vai para o prelo não tarda nada.
plantado por Badalo @ 20:46 |
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