Em Setembro de 1962 foi dado à estampa o n.º 15 de Amazing Fantasy, o que eventualmente teria passado despercebido ao mundo não fora o facto de se tratar da estreia de um super-herói que, em breve, iria alcançar um estrondoso sucesso. Em Março do ano seguinte, o n.º 1 de "Amazing Spider-Man" (cuja capa aparece ao lado, maravilhosamente envolvida neste texto graças ao magnífico contibuto da Gotinha) conheceu a luz do dia, altura a partir da qual os apreciadores de comics puderam passar a deliciar-se com as aventuras e desventuras do querido aranhuço. Desde então, e até hoje, o Homem Aranha não mais teve descanso na sua luta contra o crime, nas suas desventuras amorosas, profissionais, pessoais, na sua senda de moralidade.
Se é certo que hoje em dia não nos podemos basear em índices de vendas para calibrar a qualidade seja do que for, facto é também que não será razoável abstrair-nos do ponto de vista comercial para aferirmos o sucesso duma personagem deste tipo. A este propósito serve relembrar que no final do século passado o Homem Aranha contava já com quatro revistas mensais exclusivas, acrescidas de outras tantas edições do tipo especial anual, king size, paperback... Conta já, igualmente, com uma série de longas-metragens e uma panóplia de artigos ditos de merchandising, e uma imagem reconhecível e reconhecida universalmente.
Mas mais importante do que isso é a essência, a razão que justifica este sucesso. Quanto ao que me toca, estou em crer que o Homem Aranha captou a atenção do público e assim o seduziu por ter particularidades que o distinguem dos demais heróis de comic-books. Peter Parker foi um estudante brilhante, cheio de problemas familiares, com inadaptações sociais (devido, sobretudo, ao cuidado que sempre depositou na manutenção do secretismo da sua identidade de herói), cheio de dificuldades financeiras e profissionais, com uma atribulada vida sentimental... e tudo isto desde logo lhe conferiu uma evidente ligação com o público que o consome.
Acresce que deve ser o super-herói mais azarado que alguma vez existiu, e, a par disso, o mais divertido - é habitual ir dizendo umas graçolas enquanto despacha os criminosos e super-vilões - além de viver constantemente um dilema moral que simultaneamente lhe fornece o combustível necessário para continuar a sua missão mas que o mói e massacra impedindo-o de ter uma vida segura, tranquila, como sempre desejou. É a sua frase emblemática: "with great power comes great responsability".

Facilmente me poderia perder a falar de Peter Parker e da sua vida e aventuras enquanto Homem Aranha. Infelizmente não sobra aqui o espaço. Aliás, não é nenhum imberbe, a sua imagem tem sido explorada de diversas formas e feitios, o seu visual sofreu naturais evoluções.
Ainda assim, e com as evidentes limitações, aqui fica a possível homenagem que lhe faço. E a quem sente que perdeu o seu tempo a ler este texto, desafio a tentar não sorrir ao ver esta imagem.
plantado por Badalo @ 13:10 |