É claro que temos a perfeita noção de que os nossos Ilustres Visitantes apresentam uma vida folgada - na sua grande maioria - fruto de um equilíbrio interior e enorme paz de espírito que origina um estado de felicidade normal e perpétuo; que, destarte, não sentem a casta de problemas para os quais recorrentemente oferecemos aqui solução. Não obstante, amiúde pensamos nos mais desfavorecidos que podem muito bem aqui vir (en)calhar por puro acaso.
Foi nesse âmbito que desta vez pensámos numa metodologia a adoptar por todos aqueles que são vitimizados diariamente por chefias opressoras. A esses desaconselhamos o arremesso de ferros de engomar (vide certos mordomos de celebridades), de peças de mobiliário ou de fancaria ou quaisquer outros do tipo contundente. Isso dá origem a processo disciplinar com vista ao despedimento, a dois bofetões em vielas escuras ou a processo-crime com o respectivo pedido de indemnização cível; em suma: não compensa.
Mas como - perguntareis - afrouxar o laço da angústia quando o ogre do nosso chefe nos enche a molécula com gritos histéricos e com ameaças de trabalhos forçados, nos insulta e nos tenta votar à escravidão? O melhor mesmo é:
I. - Respirar fundo;
II. - Engolir em seco; e
III. - Dizer interiormente a Oração do Oprimido.
O resultado é garantido. Aqui fica:
Ladra, minha anta,
Ladra p'raí a tua chusma de baboseiras,
O teu chorrilho de patacoadas
Como se alguém estivesse a ouvir-te;
Continua, sebo mal amanhado,
Que dessa boca fétida vomitam-se
Calinadas de três em pipa
E eu adeusinho ou cá te espero.
Julgas que me metes medo?
Tu julgas que tenho medo?
Eu? Medo de ti? Mas tu
Julgas mesmo que me metes medo??
Nota importante: para os estreantes desta oração (que, repete-se, é uma oração interior, não deverá ser proferida em voz alta) que não atinjam alívio imediato e duradoiro, um alerta: é uma questão de treino. A entoação mental do arrazoado deverá ser aperfeiçoada até os resultados serem plenos. É 100% seguro quando executado com vera humildade.
plantado por Badalo @ 22:16 |